sábado, 15 de outubro de 2011

Essa noite eu tive um sonho, de sonhador...

Caraca! Eu tive um pesadelo muito estranho essa noite. Eu vou contar ele aqui. Como vocês sabem "Quem conta um conto, aumenta um ponto!". Eu vou aumentar umas coisinhas, para deixar ele mais legal e como sonho nunca termina a gente acorda antes da melhor parte, eu vou inventar um fim para ele.

Eu estava num colégio, um colégio simples e bem humilde, era hora do intervalo eu não queria ficar no pátio com os outros alunos, eu estava triste demais para isso, fui me esconder atrás do colégio. Lá atrás era um barranco, uma decida enorme e acidentada, lá embaixo tinha um muro todo maltratado pelas chuvas que escorriam do morro e espancava-o, um portão de madeira cortava-o ao meio, havia uma história real sobre porque ninguém jamais, mesmo em pensamentos, podia pensar em tocar ou atravessar aquele portão.
A história era assim "Um menino muito bagunceiro estava fugindo do inspetor do colégio, porque ele tinha aprontado com seus amigos, ele foi para trás do colégio e olhando para trás vendo se não tinha ninguém atrás dele, acabou escorregando e descendo aquele barranco, de lá debaixo viu despontar o inspetor furioso, não tinha alternativa, abriu o portão e saiu colégio a fora, o inspetor disse que o viu abrir o portão e atravessá-lo, mas ele não saiu do outro lado, era como se entrasse em uma porta invisível, o portão voltou sozinho e se trancou. O inspetor desesperado chamou a polícia e aconteceu a mesma coisa com os policiais que atravessaram o portão. Não se sabe se foi algum tipo de magia, se havia algum buraco em que caíram, mas também ninguém tinha coragem de tentar atravessar.". Depois desse episódio ficou expressamente proibido qualquer aluno, funcionário, ou melhor, qualquer pessoa tocar ou se aproximar daquele portão.
Era essa a minha vontade sumir, como eu sabia de toda história, eu fiquei ali sentada numa pedra, fitando o portão, pensando nos prós e contras no que haveria do lado de lá, se minha vida realmente estava tão ruim que não podia piorar.
Cortando meus devaneios um amigo meu apareceu atrás de mim e perguntou o que estava acontecendo, antes que eu pudesse começar a falar, duas meninas apareceram atrás dele e chamou-no para jogar vôlei, ele falou que só jogava se eu pudesse jogar também, decidimos jogar ali mesmo, atrás do colégio, fiquei pensando "Acho que eles não sabem da história desse lugar, se soubessem com certeza não estariam aqui". Estávamos jogando, eu e meu amigo estávamos ganhando, quando elas jogaram a bola para o terreno ao lado, que era um terreno baldio.
Estar jogando com meu amigo e ainda mais, estar ganhando o jogo, me fez esquecer a tristeza, mas pior, me fez esquecer aquela história, como a bola tinha caído no terreno ao lado ele disse que ia buscar, quando ele passou pelo portão, lembrei de tudo e atravessei também, a sensação era de passar um portão normal, mas lá do outro lado não tinha o arvoredo que se via do colégio, havia ali uma cidade imensa, pessoas passando para todos os lados, fiquei tentando procurar entre eles o meu amigo, não conseguia enxergar muita coisa de onde eu estava, mas eu vi algo parecido com ele perto de uma padaria
Fui até lá, mas não o vi, eu olhava para todos os lados e as pessoas não se pareciam com as pessoas normais que eu estava acostumada, eram muito mais altas – eu mesma me julgava alta antes de conhecê-las, agora me sentia uma criança no meio dos adultos – e se vestiam de preto, vi uma moça com um casaco rosa, mas quando ela estava tirando-o pareciam que ele se desmaterializava, nos braços dela.
Eu nem percebi, mas estava andando em direção a um beco, quando me dei conta vi que ele era muito estranho e que eu estava com medo de passar ali, eu olhei para trás para tentar ver onde era o portão da escola e voltar lá para contar tudo, como podia ser magia eu pensei que era melhor eu voltar antes que eu me esquecesse de tudo, mas como um espelho eu vi o mesmo beco, com as mesmas pessoas, a única diferença era que no beco atrás de mim tinha uma igreja e no da minha frente um parque de diversão, eu tentei pensar para onde meu amigo teria ido... Igreja! Com certeza, eu fechei os olhos e apertei bem, depois que abri, parecia que estava com mais coragem – mas eu continuava tremendo feito vara verde – respirei fundo e fui andando, cortando aquele meio de gigantes góticos que pareciam caminhar sem rumo, passava por uns, outros me atropelavam e eu voltava para o mesmo lugar ou até iam me levando para o lado contrário, eu empurrava, pedia licença, mas parecia que eles não podia me ver ou ouvir, com muito sacrifício, passei por ali, agora de longe parecia muito remoto que eu havia conseguido passar por ali, era um tumulto de gente. Só que já tinha passado e eu tinha que seguir em frente, ali na frente da igreja não tinha uma só pessoa, um só animal, somente eu e as plantas, um silêncio denso “Quase se podia ouvir as árvores crescendo” como disse C. S. Lewis no livro ‘O Sobrinho do Mago’, era quase mais torturante do que o barulho e agitação do beco.
Eu não podia me distrair com isso eu tinha que entrar naquela igreja e procurar, atravessei correndo o vasto pátio que me separava da porta, subi correndo a escadaria e chegando à porta fiz o nome do pai, do filho e do espírito santo, amém. Entre devagar sempre olhando para todos os lados e para trás, para ver se alguém estava comigo, atravessei a igreja, subi no altar para ver as imagens dos santos, eles não eram como os nossos santos, eram diferentes, pareciam bichos e não pessoas estava tão concentrada naqueles bichos que quando percebi que atrás deles havia um espelho e o espelho refletia a minha imagem, eu cai para trás, sentada, não era possível, eu estava como eles, de calças pretas meio rasgadinhas, uma camiseta preta com uma simbologia estranha, um casaco preto, e umas botas de salto, mas de cano baixo, teria gostado muito daquela roupa se não estivesse naquele lugar, naquelas condições. (foi aqui que eu acordei, nesse momento desesperador)


Eu já posto a segunda parte ...

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